POESIA MariaCarla e Amigos para Crianças

Mesmo que um adulto fique a contemplar a arte de uma criança, nunca a conseguirá admirar com olhos de artista.... (mesmo porque estes olhos serão só para o coração de alguns)
Seremos todos envelhecidos em corpos de estátuas. Que assim não sejam as nossas crianças.



Dia Mundial da Criança

1 de Junho

Participação

Vóny Ferreira, Rogério Peixoto, Pedro Martins, João Evangelista, Fernanda Esteves, Inês Dunas, Vitor Neves, Nuno Guimarães, Joana Menano, Nuno Marques, Giselda Marilsa, José Lobo, Roberto Armorizzi, Albano Ferreira, Susan Oliveira, Diana Miriam Dias, Maria Luiza da Silva, Clarisse Silva, Dany Filipa, Lila Marcia Marques, Henrique Fernandes, Ricardo Pacheco, Fátima Rodrigues, Maria Mateus, Paulo Ferreira, Alex Moraes, Graça Fernandes

sábado, 26 de junho de 2010

Rostos sujos e pés descalços

Entre estradas e gentes
vejo corações inocentes,
rostos sujos e pés descalços.

Uma criança
estende a mão
pedindo apenas um pão.

Passa tanta gente,
ninguém olha,
tudo lhes é indiferente.

Aquele rosto inocente,
atormentava a minha mente.

Voltei atrás,
peguei na mão da criança
de olhos enormes e tristes dizendo-me;

“SENHORA TENHO FOME”

Partilhamos sorrisos
por entre dois pratos de sopa
por ele comidos.

Mundo pérfido,
são eles e mais eles.

Mas será que ninguém vê?

Inocentes perdidos,
percorrendo esse maldito destino
que fazem estrada da vida!

Maria Mateus

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Vamos Brincar...

Saltámos sobre o bafo do dragão,
Esquivámo-nos das temivéis garras.
Elevando a sua poderosa arma na mão,
Adocicásmo-lhe o coração.

Saltámos sobre o seu dorso,
Firmámo-nos nas longas asas,
E de um só grito, “o seu formoso”,
Partimos à aventura... “Zás!”.

(O que quis dizer:)

Num papel, um dragão a pintar...
Envoltos num abraço em prosa,
Com o seu batom de brincar,
Pintámo-lo de cor-de-rosa.

Olhou-me fundo nos olhos, “Ai!”...
Num aperto, o meu respirar roubou,
(apertou-me num longo abraço)
E disse-me baixinho “amo-te pai”...
(ecuou dentro do meu peito)
E voámos, para onde o tempo parou.

Pedro Martins

quinta-feira, 24 de junho de 2010

NÃO TE ESQUEÇAS



Não te esqueças,
menino,
de remexer a terra.
Serão tuas mãos alvas
o sulco à espera flor.

Senta-te nas encostas
sem medo de cair
Lança um papagaio de papel
para o vento brincar.
O sol é uma estrela
que cansado nos espreita
As nuvens
carrosséis giratórios
Onde brincam os anjos.

Não te esqueças,
menino, de semear na terra.
Para que da planta
nasça a flor
e depois, o fruto!

Não te esqueças,
criança
que és tu o futuro!

Vóny Ferreira

A FOME

O grito faminto
calou-se...
nas consciências.

O choro da criança
gatinhou pelo deserto.

O menino com fome
adormeceu no cansaço
Sem travesseiro
Sem mantas
a tapar a miséria!

A luz do universo
apagou-se na noite…

Avalanches de desespero
soterraram a esperança.

A mãe do menino
alimentou-o
com o pranto
E viu-o partir
nas asas de um anjo…!

(VÓNY FERREIRA)

sábado, 19 de junho de 2010

"Menino de Mil Mundos"


Menino de mundos mil

Que mil mundos tu dominas

E neste vil mundo tu sobrevives

Quantas vezes vais tu, nele, ao fundo…

Quantas, da tua dignidade, declinas…


Tu passeias o teu sorriso

Por entre gente, sem siso

Que, neste mundo, desconhece

Como, o amor, acontece

E, tantas vezes, tal ao que parece

Apenas, vive de ódios e maldade

E desconhece a fraternidade

Nem sabe o que, dela, transparece...

Nem um mínimo, que é preciso


É gente que atenta, contra a tua infância!


Que, de modo bestial,

Exploram a desigualdade,

E impõe a sua vontade

Como o faz um animal

Sem usar de qualquer moral


Segue as almas, que bem, ou mal

Tentam por termo à arrogância

Tentam fomentar a tolerância

E que, em tentativa abissal,

Querem exterminar a ganância


As que lutam pela igualdade

Que lutam pela fraternidade

Provocando grande ânsia

Em mundos de mil vontades

Que proliferam, em mentes doentes

Para quem mil mundos seriam insuficientes

E que, sem qualquer pudor, camuflam as verdades


apsferreira

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Menina de triste olhar


Menina de triste olhar

Teus cabelos cor do sol fizeram-me sonhar

E à minha infância voltar

Quando só queria correr e pular!

Olhando-te entristeço

Apercebo-me que bem diferente de mim,

Tua infância não vives...

Apenas sobrevives!

Tu que brincas pela rua

Vives a idade da inocência...

na violência

Olhos carregados e tristes...

como da mais negra nuvem nos dias de tempestade

chovem deles a revolta

pela falta de caridade

Descarregas relâmpagos de raiva

desse teu corpo frágil

jogando e correndo...tão ágil!

Da crueldade fizeram tua morada

De tua cama a pancada

Teu rostinho não descansa na almofada

Apenas...na bofetada!

Defendes-te... sendo por fora dura

Pobre criança de alma nua!

Aprendeste a não confiar

E para sobreviver... a enganar...

até a roubar

Para a fome e o frio não te matar!

Com tua dor não posso terminar...

Apenas amenizar!

Pobre menina de triste olhar

Que irá o futuro te reservar?

Fátima Rodrigues

Crianças, frágeis sementes



Crianças, sementes pequeninas,

Ternas, doces e tão franzinas

Seres de harmonia, tão inocentes,

Francos sorrisos no futuro tão crentes



Fátima Rodrigues

terça-feira, 15 de junho de 2010

Sorriso de Criança

Do ventre da mãe
Nasce a esperança
A alegria, o sorriso
Do ventre da mãe
Nasce a criança

Do sonho, à realidade
São nove meses de gestação
Momentos de ansiedade
De esperança, emoção

A criança nasce
De colo em colo balança
Sente-se a alegria
Cresce a esperança
De viver num reino de fantasia

O tempo passa
A criança cresce
Sente-se a mudança
Vinda do sorriso dessa criança

Criança,
Vive a sorrir
Cantar,
Correr,
Saltar
Vive essa idade
Que te deixará saudade
Mais cedo ou mais tarde

Ser criança,
É sentir alegria
É viver intensamente
A luz do dia

Ricardo Pacheco

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ser Criança é Ser Poesia

Ser criança é ser poesia,
é receber carinho noite e dia
e crescer pela mão de um pai
que sabe ser criança.

Cada brincadeira
é um poema de inocência,
escrito num sorriso.

Ser criança
rima com esperança
declamada no colo de uma mãe.

Ser criança
é um verso de amor,
um céu de alegria
que infelizmente não toca
os olhos de todas as crianças.

Henrique Fernandes

Ser Criança

Ser criança
É poder dançar a dança
Do Divino.
É estar ainda perto da energia pura
Que nos cria(em ali)ança
É ser menina
Ou menino
Por inteiro. De verdade,
Nem pensar em idade
É amar de corpo e alma
E na brincadeira
Buscar a calma
E na corredeira
Lavar a alma.

Ser criança
É a pujança
Do sorriso.
É, com certeza,
Ter juízo.
Que o juízo está no peito,
Deslocá-lo é desrespeito
À lei natural das coisas
A lei que nos ensina de fato
Que somos filhos do sol
E do mato
Somos parte do rio e do mar
Somos riso por tudo e por nada
Somos prantos de alma lavada
Somos luz desta imensa luz
Que nos faz fluir verdadeiros
Essência pura e primeira.

Ser criança
É barrar sem saber
As prisões que se oferecem
Para impor que cresçamos e deixemos
Cada dia mais de lado
A pureza que mora em nós e sempre morará

É deixar-se viver sempre no natural estado
É permitir-se estar sempre neste Espaço Sagrado,
Onde moram as fadas e os magos
O Divino e a luz.

É um rio onde nos deleitamos
E nadamos nus
Isto, sim, é ser criança...

Lila Marques

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O meu, o teu, o nosso Mundo!

Ele dorme a um canto qualquer
sem aconchego,
sem conforto...

O seu despertador são tiros pelo ar,
são gritos de desespero,
de morte,
de dor...

Ele não faz birra para ter uma bonita bola de futebol
ou para ter uns ténis de marca...
Ele joga à bola com uma lata
e pontapeia descalço...
Saltando,
correndo
e até rindo!

Ele não chora porque não quer comer
ou porque prefere antes umas guloseimas...
Ele chora porque tem fome,
porque tem sede...

Ele não deseja não ir à escola,
não fazer os trabalhos de casa...
Porque ele não sabe escrever,
não sabe ler...
Mas sabe o que é trabalhar!

E falamos nós nas politiquismos em direitos de criança?
Em direitos de igualdade?

Paramos nós um segundo para pensar no que não queremos ver?
No que fingimos não saber?
Mas que faz parte do meu,
do teu,
do NOSSO MUNDO...

Danyfilipa

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A idade dos porquês

Na hora mais inusitada
Vejo-me questionada
Sorrindo quase choro
Resignada imploro:
Ai, meu Deus….

Porque é azul o céu?
Porque o sol é quente?
Como o bebé nasceu?
O que é adolescente?
Porque a relva é verde?
Para que serve a chuva?
Porque há gelo no inverno?
O que é o inferno?
Porque está calor no verão?
Porque bate o coração?

Para que serve a língua?...


Espanto descomunal…!
Abandono o racional
Desato à gargalhada
Sinto-me inchada…!

Um fascínio de idade
Pureza de ingenuidade.
Ser mãe é maravilhoso
Sonho dos sonhos, delicioso.

É engraçado
E desconcertante
O teu rosto espantado
Na descoberta do mundo.

Clarisse

O nosso acordar



Levanto-me, vejo a hora

Está na hora de me ir embora.

Acorda meu pequenino

Olha este dia matutino

Está um lindo sol lá fora

Anda meu amor!

Deixa tirar o cobertor

Está na hora de irmos embora!


“Tenho frio” - sempre a resmungar

E eu aflita a ver as horas passar…

Faço um trapézio para o vestir

E nem um arrepio sentir.

E já com os nervos em franja

Paciência nem sempre se arranja

Lá o visto debaixo dos lençóis

Ardem em mim mil sóis.


Já em direcção da cozinha

A hora cada vez mais curtinha

Micro-ondas a todo o vapor

O que vai comer o pequenino grande amor?!

Enquanto reúne os membros da assembleia

E tomar a decisão mais acertada

Caminho eu para a epopeia

De me vestir em frio apressada!


Quando regresso à cozinha

Eis que sou informada:

“Mãe, quero cereais na malguinha”,

Lá vou eu agitada!

Olho a hora,

Vamos lá sair pela porta fora

Saio com o pé direito

Penso em Deus e encho o peito


Vamos à batalha de mais um dia

Haja força e alegria…!


Clarisse

Criança Feliz

Sou criança feliz
Estou nos quadrinhos
Sou princesa heroína
Em cavalos alados ando
Sapos ou borboletas
Beijo em sonho
Fofa relva da vida
Afaga-me lembranças
Sou criança Feliz
Tenho risos frouxos
Gargalhadas ou choro
Nos achados e perdidos
Trago comigo palmadas
Doces ardidas e sentidas
Se merecidas não importa
Muita Arte fiz e farei
Sou criança feliz
Brinco e me divirto
De roda e saltitos
Pulo corda simples e em cruz
Rodo peão na sala de banquetes
Atiro dados no tapete
Bato pé no chão
Não vou nanar
Sou criança feliz

Marialds

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A Festa Genial

O Coelhinho da Páscoa e o Pai Natal

Viram-se tomados, por uma ideia genial

A de organizar uma enorme festança

Sem deixar por fora nenhuma criança



De imediato embarcaram no trenó

E rumaram em direcção às estrelas

Pois, na festa, gostariam de vê-las

A servir refresco, com pão-de-ló



Passaram na mina do chocolate

Raparam o panelão das amêndoas

Ambos vestiram-se de escarlate

Tão felizes, eles já estavam vendo-as



Porém, quando sobrevoarem a grande África

Eles repararam, que a situação era trágica…



apsferreira

Ser Criança

Ser criança é ter a sabedoria
De quem vive, com alegria
É gostar de andar de mão dada
É ter viva esperança, numa fada

É, ter capacidade para acreditar,
E, tendo fome, e fome a sentir,
Por ter a capacidade, de amar
Ainda, ser capaz de repartir

É abraçar, sem medo, a verdade
E dizer “sim”, com sinceridade
E ao olhar o mundo em volta
Não se sentir qualquer revolta

É ser capaz de jogar à bola
Sem ter um naco de pão na sacola
Dar a cara por um amigo
Sem pensar no próprio umbigo

É dar o verdadeiro; o real valor
À amizade, ao carinho e ao amor
E compreender, com indulgência
O desamor, e falta de paciência

E vendo a sua infância a ser agredida
Com o coração partido e a alma ferida
Ser capaz de baixar, o olhar ao chão
Perante tanta e tão brutal incompreensão

Ser criança é conseguir-se aceitar
Apenas, o que mundo tem para dar
E em cada manhã, em cada dia
Recomeçar, de novo, com alegria



apsferreira

terça-feira, 8 de junho de 2010

Coelhinho Sapeca

Um coelhinho queria muito fugir para a floresta
Antes de sua fuga convidou os amigos pra festa
Ele queria toda a bicharada que vivia na fazenda
Contaria uma história sobre o que seria a merenda

Ia ter capim, ops aipim ou será que era pudim?
Todos se enfeitavam com laços e fitas de cetim
Claro que as femininas o do lado masculino não
Lá na fazenda eles é que mandavam… Senão!

Foram chegando todos alegres e muito animados
Só tinham um medo encontrar os patrões avisados
Espreitando a hora da chegada, por todos tão esperada
Foram se reunindo e pouco a pouco a festa foi formada

Enquanto todos se divertiam nem sequer perceberam
O coelhinho saiu de fininho, e, eles dele se esqueceram

Ângela Lugo


Nota do autor:
“Ser criança é a melhor época de nossa vida
Em tudo acreditamos e a inocência desperta
Com historinhas encantadas que encantam
E com elas sonhamos”

Festa Junina

Mês de Junho é muito especial
Tem festança lá no arraial
Com bandeirinhas coloridas
E uma variedade de comidas

Quadrilhas se apresentando
Todos juntos cantando
A fogueira todos rodeando
O crepitar da lenha vibrando

Neste mês tem dia de stº Antônio
Stº João, stº Pedro, stº Paulo um fascínio.
Imaginem até barraquinha de beijos tem
E não se há de cobrar nenhum vintém

Com música típica e animada
Levantando dos bancos a moçada
As moças rodando as saias de babados
Os moços o barulho com os sapatos

A criançada espera o casamento
Que este ano é do noivo Sargento
Sua noiva é filha do velho rabugento
Que ansioso espera pelo momento

Afinal a festa ainda está só no começo
Ainda vai ter muita festa, reconheço
Vale a pena ficar, deixando contagiar
Em todos à alegria vibrar até o sol raiar

Ângela Lugo


Nota do autor:
“Ao João damos as mãos
Ao Antônio o coração
Pedro e Paulo emoção
Então vamos dançar
Estes dias festejar
Com animação e alegria”

Galofredo

No galinheiro quem cantava era o Galofredo
Sua estimada amiguinha ficava amuadinha
Lá bem no fundo junto com outra escondidinha
Cochichavam uma com outra dele um segredo

Ele gostava mesmo da vizinha magricela
Que mais parecia um pavão com sua cor
Ele não se importava poderia ser até beija flor
O que ele queria era ser o namorado dela

Mas no outro galinheiro ele não cantava não
Lá já tinha dono que cuidava o tempo inteiro
Cuidando de suas amiguinhas em seu terreiro
Não adiantava de nada emanar a sua admiração

É… Galofredo a rinha nunca ficará para ti pronta
Pois de que adiantaria brigar por uma causa tonta

Ângela Lugo

Nota do autor:
“O que tem dono pode ser até admirado
Mais jamais pelo coração desejado”

Pobres criaturas…

Pobres, desgraçados
Almas perdidas
Por todos renegados
Precisam de palavras comedidas!
Nascem assim…
Ao mundo não pediram para vir
Feliz de quem assim não é
E de quem nunca isto virá a sentir!
Crianças? Alguns sim…
Outros com a mesma mentalidade
Somente num corpo mais crescido
Não têm culpa da falta de sanidade!
Precisam de respeito
São seres vivos como qualquer um
Apenas precisam de mais cuidados
Mas muitos não têm nenhum!
São abandonados por todos
Até pela família esquecidos
Só porque são diferentes
Nunca foram bem recebidos!
São seres especiais
Que de normalidade não foram dotados
Mas maldade não têm nenhuma
Pobres deficientes abandonados!
Por todos são olhados de lado
Ninguém esta situação quer encarar
A sociedade não lhes dá oportunidades
É mais fácil institucionalizar!

Dianinha

Minha linda menina

Minha linda menina
Com estes olhos vi-te nascer
Tão frágil e pequenina
Agora não paras de crescer!

És a luz dos meus olhos
Quero sempre te acompanhar
Nos bons e maus momentos
Estarei para te apoiar!

És o meu orgulho
Linda e inteligente
Talvez um pouco distraída
Mas inconscientemente!

Espero ver-te sempre crescer
E adolescente te tornares
Teres os problemas desta fase
E de te ajudar sem receares!

Vais-te tornar adulta
Linda mulher irás ficar
Minha linda afilhada
Para sempre te vou amar!

Dianinha

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O Menino de Papel


Desenhei numa estrela

E com salina colei;

Voar ao céu da fantasia

Numa noite que lá passei.


Gostava de ser como tu

Menino que vejo passar

A correr pela calçada

E que chamo p´ra brincar!


Ó minha fada madrinha

Segura na minha mão.

Também sou um pequenino

Também tenho coração!


Com um toque de mansinho

Da varinha de condão

Seria logo um menino

Não sou feito de cartão.


Cobririas com o teu véu

Como uma bola de sabão

Azul clarinho, cor do céu

Tinha a tua protecção…


Brincaria todo o dia;

Comeria pão e mel.

E só para ti sorriria

Com um riso de papel.


Corria para os teus braços

Como o filho para a mãe,

Na cama em que não me deito

Deixando ser um Zé-ninguém.


Carla Bordalo