A noite estava estranha,
ensanguentada pela neve nocturna
que se concentrava na ria,
invadindo o teu olhar semicerrado e breve,
debruçado sobre o corpo e a alma fria.
.
As tuas mãos delineando as formas no passeio, tremiam.
Talvez de saudade, talvez de esperança...
Perdida na rua deserta,
as tuas lágrimas
reuniram-se no nosso mundo a meio...
Sem dinheiro, mas como vagabundo com coração,
rasguei um pedaço do meu casaco gasto
colocando-o sobre ti.
.
Acendi uma fogueira iluminando todo o quarteirão.
E se a fome a ambos fazia inclinar,
o pão que trazia no bolso chegou para ti.
Afinal o brilho que havia no teu olhar,
era a minha felicidade de contigo partilhar.
.
Que ser criança é a melhor coisa do mundo!
Um dia também fui pequenino!
Agora cresci mas vejo as estrelas com o mesmo olhar...
porque terei sempre alma de menino!
.
A menina da rua sorriu-me
E eu dei-lhe a mão sem hesitar.
.
Hoje vivemos numa rua alegre
numa avenida junto ao mar.
rainbowsky
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
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A criança que em nós habita, só nos deixa no momemto do ultimo respirar.
ResponderEliminarUma bela expressão da sua poesia.