Menina mendiga, solar da rua,
Solas gastas, em pedra na calçada,
Ao pedido girar, na piedade crua,
À esmola no chapéu e na sua alçada.
Uma esmola a mim coitada,
Tenho fome, quero algo,
Uma oferta encurtada,
Pedaço de pão, já é algo.
Meia carcaça, na saia enrolada,
Ao cachorro ali passado,
Metade foi dada,
Em tom d’amizade, o pêlo afagado.
Quem é a menina? De língua no dente,
Moça do povo, alegre e sorridente.
Leve sossego, ao deitar no fim,
Em lençol de cartão, quimeras e fome,
Casinha de barro, no cimo sem fim,
Leve recobro, menina dorme.
Pedro Martins
terça-feira, 1 de junho de 2010
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