No Mundo Faz-de-conta

No alto da ameia do castelo
o Ser Maléfico,todo de amarelo
esperava a vinda do herói vermelho
para o fazer seu prisioneiro

Tum...Tum...Eis os imaginários tambores
A guerra Playmobil que agora começava
com bonecos rígidos de várias cores
no sorriso da criança que brincava.

Os olhos vidrados e imaginativos
os "maus" deviam ser vingativos
os "bons" deviam ser interventivos
No Mundo do faz-de-conta da criança.

Os lençóis viraram rios,vales e montes
os cuidados com o grande enredo
eram ideias cativas em segredo
O petiz só queria diversão a montes!

A almofada era o enorme Castelo
do Vilão, o senhor amarelo
e de carros feitos de Lego
o "herói" avançava em segredo.

O seu quarto era o seu Mundo
Doente de cancro, silencioso
nem a dor, conseguia impedir
o seu imaginário de sorrir

Guerras mágicas tidas em segredo
no leito tristemente postrado
com os bonecos de plástico
ele se esquecia da dor.

O riso de transbordante felicidade
na doença, a vitoria sobre a maldade
Enquanto pudesse sonhar e imaginar
seria o pequeno herói azul

...Na cama a lutar!

Mefistus