Dedicado ao Filipe
A manhã surgia ténue e fria
Sentado, com medo o miúdo via
lá na água os colegas a brincar
pareciam peixes a nadar!
Filipe não queria saber de nadar
Tinha medo de logo se afogar,
preferia a Terra debaixo dos pés
do que enfrentar mil marés.
Andava assim meditativo, aflitivo
Quando sentiu uma picada no pé
Ao olhar viu um caranguejo vivo
era especial este . Era o Barnabé
O caranguejo tinha o dom de falar
no entanto poucos, conseguiam ouvir
de como ele gostava do Mar
De como vinha a Terra dormir
Vendo que Filipe o ouvia,
Barnabé, disse o que queria!
Porque não vais ter com eles
nadar e brincar no meio deles?
O puto disse muito assustado,
Tenho medo de morrer afogado
O mar é um monstro irado
para lá é que eu não vou!
Ó Filipe tem juízo. Até um cão nada
Homem que tem medo, não vale nada
Disse Barnabé baixinho. Eu sei nadar
e no entanto, estou aqui a descansar
Mas as ondas?As marés? Os perigos
Pensou o Filipe meio assustado
Achas que é mau? e os pés descalços
Eu acabo no tacho, pelo homem irado
Sabes Filipe, eu tenho medo da areia
Se o Homem me apanha, dá-me uma tareia
No mar sou forte em rocha metido
Na areia tenho medo,vivo escondido
Tu, és Homem, tens braços e pernas
Tu sabes dançar, correr e saltar
Para ti é fácil saber nadar
Já eu não posso saltar!
Se pudesses tu querias saltar?
Claro, eu gosto de tudo experimentar
E como faço para Nadar?
Um braço à frente depois o outro
Hum, é muito difícil e complicado
Olha, meu amigo Filipe eu já sei.
Vamos os dois nadar, eu te ensinarei
E depois vais ver que é bom.
Com o caranguejo no ombro, caminhou
Devagar, devagarinho, no mar entrou
Às ordens do caranguejo Barnabé
foi entrando, pé ante pé
Madalena na agua, ficou contente
Ao ver Filipe vir radiante
ela gostava dele, e ele foi herói
Do mar perdeu medo e nadava bem
Filipe sorriu para ela,vigoroso
nadava com incrível gozo
e na hora de a Barnabé agradecer
Ele não o viu, fugiu?
Nadou toda a tarde, com incrível gosto
E Barnabé? talvez ele tivesse imaginado
Talvez fosse o sol, insolação
E na mente dele ele o ter criado
Enquanto mergulhava, Filipe riu muito
Um caranguejo que fala, que estupidez
Só podia ter delirado muito
Não cairia noutro sonho, outra vez
E quando veio para a praia cansado
De rosto lindo e maravilhado
Filipe não viu, Barnabé extasiado
Num orgulho longo e demorado
Nunca mais da água teve medo
O pequeno Filipe nadador
Cresceu e foi salva vidas
E outros ensinou a nadar!
Mefistus
terça-feira, 1 de junho de 2010
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